OSTEOARTRITE EROSIVA DE MÃOS

A osteoartrite das mãos segue sendo uma daquelas doenças que “todo mundo” acha simples, mas que acaba deixando o Reumatologista de “mãos abanando” no que se refere a um tratamento eficaz. Há algum tempo já sabemos que a osteoartrite (OA) não é só uma doença degenerativa, onde com o avançar da idade o uso ou carga excessiva sob determinada articulação causaria o “desgaste” e deformidade da articulação. O papel da inflamação e genética no desenvolvimento dessa doença já é bem estabelecido. Tanto que mudamos o nome de artrose para osteoartrite e já estamos dividindo ela em duas entidades distintas.
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O tipo EROSIVO da OA das mãos ocorre mais em mulheres de meia idade, por volta dos 50 anos, podendo ter um início adiantado a partir dos 35 anos. Ao que parece esse tipo de OA tem uma fisiopatologia diferente, é como se fosse um tipo mais severo com um componente inflamatório e genético maior. Por isso, ela causa mais inflamação nas articulações, por vezes com crises agudas e rigidez matinal, dor, deformidades e perda de função. Diferente da OA de mãos “comum” que ocorre em indivíduos mais idosos, progride mais lentamente com articulações não tão inflamadas e com dor mais leve e contínua.
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Recentemente o EULAR (Liga Europeia Contra o Reumatismo) fez recomendações novas para o tratamento da AO de mãos. E enfatiza a importância do treinamento do paciente para princípios de ergonomia e uso de órteses e utensílios que possam proteger e auxiliar na execução de movimentos das mãos. Além de exercícios para melhorar a função e força muscular e que também auxiliam na diminuição da dor realizados por terapeuta ocupacional e fisioterapeuta.
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Também é recomendado dar preferência para o uso de medicamentos anti-inflamatórios tópicos em vez de forma oral, por serem mais seguros e com menos efeitos colaterais. O sulfato de condroitina pode ser usado com algum alívio na dor e melhora de função. Em alguns casos selecionados as injeções intra-articulares estão indicadas. E a “má notícia” para nós é que não houve recomendação para o uso dos DMARDs sintéticos ou biológicos (hidroxicloroquina, metotrexato, adalimumabe, etc.) já que não foram eficazes...