A FIBROMIALGIA NÃO ESTÁ NA CABEÇA, ESTÁ NO CÉREBRO!

Compreender os mecanismos cerebrais que levam uma pessoa a ter fibromialgia (FM) é muito importante para diminuir os estigmas e o preconceito contra essa doença. O aumento no processamento da dor no sistema nervoso central é a base do problema. E exames de neuroimagem documentam essas alterações que incluem ativação exagerada das áreas da dor, conectividade com outras áreas cerebrais alterada e substâncias neurotransmissoras “desreguladas”. Como, por exemplo, o aumento do glutamato, especialmente na ínsula. 
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Um artigo publicado na revista Current Medical Research and Opinion de agosto de 2018 realizou uma revisão baseada em evidências sobre o uso da pregabalina no tratamento da FM. Sua ação na modulação da dor ocorreria pela inibição da liberação do glutamato pelos neurônios. E os trabalhos reforçam a eficácia e segurança dessa medicação no tratamento da dor, com melhora de 30 a 50% nas escalas de dor, e distúrbios do sono. Com benefícios que se estenderiam a sintomas como fatiga, ansiedade e depressão. Sua ação já se iniciaria em 1 a 2 dias de uso. As doses usadas nos trabalhos ficam entre 300-450mg ao dia. 


Os principais efeitos colaterais relatados nos estudos foram tontura, sonolência, dor de cabeça, fadiga, edema periférico, constipação e ganho de peso. Com maior gravidade a depender da dose usada. Nos estudos esses efeitos colaterais foram relatados por 77% a 92% dos pacientes com pregabalina e 60 a 77% com placebo. Olha aí uma “evidência científica” da importância do pensamento positivo para o seu tratamento. Normalmente, usamos a dose dividida em 2 tomadas no dia. Mas alguns estudos com tomada apenas noturna mostram a mesma eficácia e melhor tolerância. 
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Para fazer uso da pregabalina seu Reumatologista precisa avaliar seu caso e se haveria benefícios ou contra indicações. E para aqueles que já fazem uso o acompanhamento regular é muito importante para avaliarmos possíveis efeitos adversos. Lembrando que o sucesso do tratamento da FM depende da associação de exercício físico, alimentação equilibrada e acompanhamento psicológico ao tratamento medicamentoso. Além daquela dose extra de otimismo!