FERTILIDADE FEMININA

Dúvidas e angústias acerca da fertilidade do paciente portador de doenças reumatológicas são comuns, já que grande parte de nossos pacientes estão em plena fase reprodutiva. A fertilidade, capacidade fisiológica de uma mulher ter filhos, em portadoras de doença reumática pode estar diminuída por múltiplas causas:
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 Estado de saúde prejudicado por nutrição deficiente, obesidade, álcool, tabaco, uso de drogas ilícitas.
 

 Alterações genitais e distúrbios hormonais (disfunção do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal).
 

 Autoimunidade com produção de anticorpos contra o corpo lúteo e endométrio, por exemplo.
 

 Doença reumatológica com alta atividade e insuficiência renal.
 

 Idade. Pois é, sabemos que nascemos com uma quantidade determinada de folículos ovarianos que vão sendo usados a cada ciclo menstrual... ㅤㅤ
 

 Além da causa mais temida pelas pacientes, o uso das medicações imunossupressoras.


Mas antes de falar sobre elas.... Temos uma medicação muito usada, geralmente sem prescrição médica, e que possui dentre seus inúmeros efeitos colaterais a infertilidade. Os anti-inflamatórios! Sim, eles podem ser causa de infertilidade reversível. E comprovadamente inibir a ovulação por redução dos níveis de prostaglandina, especialmente quando usados de forma contínua.
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Medicamentos como a cloroquina, sulfassalazina, metotrexate, leflunomida micofenolato de mofetil, azatioprina, ciclosporina e agentes anti-TNF NÃO influenciam na fertilidade feminina.  Porém os agentes alquilantes como a ciclofosfamida e o clorambucil podem causar irregularidade menstrual e falência ovariana precoce e irreversível. O risco de infertilidade depende da dose total usada e a idade em que se iniciou o tratamento com a droga. Ainda temos poucos estudos sobre métodos de preservação de fertilidade em pacientes que necessitam usar essas medicações. A criopreservação de tecido ovariano, óvulos ou embriões seria uma opção, mas ainda pouco disponível. O uso de medicamentos que protegeriam os ovários (análogos do hormônio GnRH) tem se mostrado promissor.
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A avaliação e acompanhamento do Ginecologista, em alguns casos especialistas em reprodução, é imprescindível!