É CULPA DA ALIMENTAÇÃO?

 

Poder evitar ou mesmo diminuir as chances de um indivíduo desenvolver uma doença autoimune pode ser só um sonho. Mas a cada dia novas evidências nos mostram que o potencial da nossa alimentação pode ser maior do que imaginamos. Quando recebemos um paciente com FAN ou anticorpos positivos no consultório ou mesmo uma história familiar forte para doença autoimune e mais NADA. Nenhum sintoma específico ou achado no exame físico, por exemplo. Sabemos que ainda não temos uma forma de prever o futuro e saber “quando” e “se” esse paciente realmente terá alguma doença. Os pacientes lúpicos, por exemplo, podem ter anticorpos positivos no sangue sem nenhum sintoma da doença por mais de 10 anos até que algo venha à tona. 


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E então o paciente te faz aquela pergunta que até “gela o estômago”. Dra, não tem nada que eu possa fazer para evitar essa doença? 
Bem, será que podemos “prescrever uma dieta específica” para evitarmos distúrbios de autoimunidade? Ainda não... Mas as evidências são fortes de que algo mais além de nossos genes estariam modulando esse processo:
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A concordância da doença (doença se expressando de forma semelhante) em gêmeos idênticos não é perfeita... Ou seja, apesar de estar “escrito no material genético” outras “forças” podem alterar a expressão desses genes. 
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 Assistimos o aumento da incidência de doenças autoimunes. Mesmo que nosso material genético não tenha mudado nesse curto período da evolução humana.
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 Algumas doenças autoimunes tem um distribuição geográfica preferencial. Seria o clima? Hábitos alimentares? 


Nossa alimentação já é responsável pelo risco de hipertensão, doenças do coração, AVC e câncer. Somos realmente o que comemos... Mas qual seriam as evidências da ação de alguns componentes de nossa dieta sobre nosso sistema imunológico? Vamos falar um pouquinho mais sobre alguns deles nas próximas matérias...
Ah! Só lembrando que nada substitui um tratamento reumatológico multidisciplinar! Cuidado! 

 

 

Foto: Unsplash free image