12 de MAIO - DIA INTERNACIONAL DA FIBROMIALGIA

A nossa “doença invisível” anda mais visível do que nunca. A fisiopatologia da fibromialgia (FM) ainda não é um mistério totalmente solucionado. Ainda bem que o Reumatologista ama um mistério né?  O que já sabemos é que a disfunção no processamento da dor ocorre devido alterações em neurotransmissores, sistema nervoso central (SNC) e autônomo. Os exames de imagem e função cerebral já demostraram que o SNC do fibromiálgico é mais “sensível” a uma variedade de estímulos como, por exemplo, pressão, temperatura, luz e medicações, a chamada sensibilização central. São necessários mais estudos, mas já foram demostradas alterações em áreas específicas da substância cinzenta. Especialmente as que se relacionam ao processamento da dor (córtex pré-frontal, cingulado e ínsula) e estresse (giro para-hipocampal). Além da diminuição na funcionalidade do sistema modulador da dor descendente, aquele que não deixa que todos os estímulos “subam para o cérebro” e sejam convertidos em dor.


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E o sistema nervosos periférico, os nervos? Já que eles são a “porta de entrada” dos estímulos ao nosso SNC estariam eles também com alguma disfunção? Uma metanálise recente estimou a prevalência de neuropatia de pequenas fibras (NFF) em 49% dos pacientes fibromiálgicos. A NFF pode ser definida como um subtipo de neuropatia que envolve fibras sensitivas amielínicas ou pouco mielinizadas. Na NFF o exame neurológico é quase totalmente normal e a eletromiografia convencional NORMAL. É somente na biópsia que são encontradas alterações inflamatórias nos nervos.


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Os sintomas da NFF e que contribuiriam na FM incluem:

 

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 Manifestações sensitivas como dor, disestesias (sensações dolorosas ou desagradáveis provocadas por um estímulo que normalmente não o faz), sensação de queimação, formigamento, etc.


 Combinadas ou não com queixas autonômicas como tonturas, síncope, diminuição das lagrimas e saliva, alterações no hábito intestinal (constipação ou diarreia), queixas urinárias (poliúria, retenção ou incontinência urinária), entre outros.


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Pois é mais uma evidência de que a fibromialgia não está “na cabeça” de quem tem e sim no cérebro, ou melhor, no sistema nervoso como um todo!