VALE A PENA DESCER?

Todos estão à procura da remissão, inclusive os portadores de artrite reumatoide.  E o Reumatologista analisa exaustivamente várias coisas para saber se sua doença está totalmente “sob controle”. O exame do paciente, relato de dor e inchaço nas articulações, provas inflamatórias no sangue (cujos resultados combinados viram índices) e por vezes exames como o ultrassom e a ressonância são algumas dessas ferramentas. 
ㅤㅤㅤ


Mas ao “chegar lá” vem a pergunta: E agora Dra.? Estou tão melhor, posso diminuir minhas medicações, ou melhor, suspendermos tudo?
Estudos controlados e observacionais mostraram que o descalonamento do tratamento da artrite reumatoide – que é a redução na dose ou descontinuação da medicação – pode levar a remissão sem necessidade do uso de medicações em alguns pacientes, mas que em alguns casos pode ocorrer uma piora no prognóstico se essa remissão não se sustenta. 
ㅤㅤㅤ


Uma grande metanálise já mostrou resultados diferentes a depender do tipo de medicação utilizada e o estudo analisado.

 

 Em pacientes usando DMARDs (metotrexato, leflunomida) uma nova crise ocorreu em 63% dos pacientes após 4 meses de suspensão do tratamento.

 

 Em usuários de anti-TNF, total de 50 estudos, 26% apresentaram novas crises após diminuição de dose e 49% após suspensão total do imunobiológicos.


 Para os usuários de tocilizumabe 41% voltaram a ter crises após 6 meses da redução da dose e até 87% após um ano.


 Já com o abatacepte até 72% voltaram a ter sintomas após o descalonamento do tratamento.
ㅤㅤㅤ

 

Além do risco do “retorno da doença” após retirada da medicação os pesquisadores ainda se perguntam se a doença poderia “retornar mais grave” do que estava e se poderia haver uma progressão da doença mesmo que aparentemente o paciente esteja em remissão. Ainda não se sabe com precisão, mas alguns estudos já demostram uma possível progressão radiográfica da doença em pacientes que tiveram seus tratamentos suspensos mesmo considerados em remissão.

 

Na “vida real” o Reumatologista avaliará vários fatores, sempre individualmente, para decidir se há possibilidade de “descer na sua escadinha do tratamento” muitas vezes “escalada” à duras penas.