Às vezes a resposta para uma charada está em um pequeno detalhe. Um detalhe microscópico. Por isso, o Reumatologista está sempre com sua lupa, ou melhor, seu “capilaroscópio”. Ou poderia estar... Para quem nunca ouviu falar, a capilaroscopia é um tipo de exame que analisa de forma bem ampliada a região periungueal (ao redor da unha) de pacientes que estão em investigação reumatológica. Até a “cutícula” é meticulosamente analisada pelo Reumatologista, sim somos estranhamente curiosos... Mas o fato é que na região periungueal se esconde um verdadeiro mapa, que pode nos guiar na difícil missão de fechar um diagnóstico preciso.
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Os pequenos vasos sanguíneos, nessa região facilmente visíveis, podem apresentar anormalidades características de certas doenças. Essas alterações em sua arquitetura ocorrem, e são bem características, nos vasos sanguíneos dos portadores de esclerose sistêmica (ES), mas também podem ocorrer na dermatomiosite, doença mista do tecido conjuntivo, entre outras. As principais indicações da capilaroscopia são:
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Em pacientes com fenômeno de Raynaud, para nós um verdadeiro desafio, já que existem várias doenças que podem causá-lo (ES, síndrome de Sjögren, doença mista, lúpus, etc). Ocorre uma resposta exagerada da microcirculação a estímulos como o frio ou estresse emocional. E diferenciar se existe mesmo alguma doença “por trás” ou se trata de sua forma primária, ou seja, sem nenhuma causa aparente.
Para diagnóstico e tratamento precoces da ES quando o paciente ainda não tem tantos sintomas. E nos pacientes já diagnosticados para realizarmos acompanhamento e detecção de casos mais graves.
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Já temos um guidelines e recomendações para as indicações e interpretação da capilaroscopia ungueal publicado esse ano na Revista Advances in Rheumatology, da Sociedade Brasileira de Reumatologia. Como é um exame relativamente simples, de baixo custo e, principalmente, não invasivo é muito importante sabermos quando podemos lançar mão dessa ferramenta na nossa prática clínica.
