ARTRITE REATIVA

A artrite reativa é mais um integrante da grande família das Espondiloartrites, junto com a espondilite anquilosante, artrite psoriásica, relacionada a doença inflamatória intestinal e a indiferenciada.  Como o próprio nome já delata ela é causada devido a “reação” do nosso sistema imune a infecções, geralmente genitourinárias ou gastrointestinais.

 

E embora chamamos de artrite reativa, ela não se limita a comete apenas as articulações e pode gerar manifestações em diversos órgãos e sistemas! É claro que a genética também estaria por traz desse tipo de espondiloartrite, já que não é todo mundo que tem uma infecção que a desenvolve, apenas os predispostos geneticamente (como, por exemplo, os portadores do HLA-B27). Sendo ainda mais comum em pacientes homens com menos de 40 anos. Essa predisposição genética daria ao individuo uma certa “dificuldade” em combater e eliminar alguns tipos de microrganismos que “se alojam” dentro das células, como por exemplo a a Chlamydia.

 

Tudo começa com um quadro de infeção, sendo as mais comuns as gastrointestinais por Salmonella, Shiguella, Yersinia, Campylobacter jejuni, Clostridium difficile, entre outros. E as infecções genitais e urinárias por Chlamydia, Mycoplasma, Neisseria gonorrhoeae (agente da gonorreia), gardnerella vaginalis. Outras infecções respiratórias, HIV, Chikungunya e doença de Lyme também podem fazer esse quadro.

 

Após cerca de 2 a 4 semanas e até 6 meses, em alguns indivíduos, depois que a infecção normalmente já “se resolveu” é que se iniciam os sintomas:

 

 A artrite ocorre, geralmente, em poucas articulações ao mesmo tempo, especialmente nas maiores e dos membros inferiores (joelhos e tornozelos) e de forma assimétrica, ou seja, apenas um lado do corpo comprometido.

 

 A inflamação da coluna, sacroilíacas e das enteses (local onde os tendões se conectam aos ossos) também podem ocorrer.

 

 Inflamação oculares como conjuntivite e uveítes são possíveis.

 

 Acometimento cardíaco com doença aórtica, arritmias e pericardite.

 

 Sintomas do TGI e TGU como uretrite, cervicite, prostatite, cistite hemorrágica e diarreia podem ocorrer.

 

A doença pode se apresentar apenas com “uma crise”, mas geralmente ela se torna crônica. O tratamento será realizado pelo Reumatologista e caso acontecer o acometimento de outros órgãos outras especialistas. O tratamento da infecção poderá ser feito caso o agente for determinado. E o uso de anti-inflamatórios e drogas modificadoras de doença sintéticas ou biológicas podem ser necessárias, assim como nas outras espondiloartrites, a depender do caso.